Processo de Criação

Desde que idealizamos o projeto Grande Vitorinha tínhamos em mente que gostaríamos de representar a cultura capixaba da maneira mais ampla possível, mostrando não apenas pontos turísticos como também aspectos do cotidiano, características da fauna e da flora local, entre outros elementos que compõem a iconografia capixaba.

Para darmos o pontapé inicial, a primeira decisão que tomamos e que nortearia todo o projeto foi que os desenhos deveriam se ligar de alguma maneira, facilitando, assim, a criação de diferentes composições como se fossem um único desenho.

Trabalhamos então com a ideia de definirmos uma base para cada desenho que serviria como ligação e alinhamento entre eles.

Tendo isto em mente, começamos a pesquisar quais elementos iríamos representar em nossa fonte. Fizemos uma grande lista seguida de estudos prévios desenhados à mão sem ainda nos preocupar muito com quantidade ou estilo de traço. Posteriormente, avaliamos quais desenhos iríamos manter e quais seriam descartados.

Desenhos prévios feitos à mão.
Primeiros estudo de estilo de desenho.

A etapa seguinte foi a definição do estilo de desenho que adotaríamos. Foram feitos diversos testes e estudos prévios. Dentre eles, tivemos a ideia de trabalhar com áreas de preenchimento, principalmente nas bases. Porém, alguns desenhos não estavam funcionando bem nessa lógica, sendo necessário adaptações que estavam enfraquecendo a identidade do projeto. Decidimos então padronizar todos os desenhos, criando-os apenas com linhas de mesma espessura e com cantos arredondados.

As bases criadas também foram padronizadas em 5 tipos diferentes: água, areia, grama, asfalto e calçamento, que são utilizados de acordo com o tipo de representação. Estas bases possuem a mesma altura para facilitar a conexão entre elas, possibilitando diferentes composições de forma harmônica.

Foi definido também uma malha de construção de 1200 x 1000 pontos. Porém, para que o projeto se tornasse mais fluido e orgânico, nem todos os desenhos seguiram essa mesma proporção, priorizando a harmonia entre os desenhos em detrimento da rigidez do grid.

Malha de construção em uso.

Fugindo um pouco às regras, criamos alguns ícones alternativos, para substituírem os numerais da fonte, como possibilidades para criação de patterns (padrões de repetição) mais livres, sem que os alinhamentos ficassem restritos às bases definidas.

Desenhos finais representando os 5 diferentes tipos de bases e formas livres.

Como último detalhe na definição do estilo de desenho, adotamos o uso de pequenas hachuras, quando cabível, para atribuir mais singularidade aos desenhos e maior preenchimento das formas.

Os desenhos que compõem a fonte foram baseados em fotografias retiradas da internet, além de nossos próprios registros, e definidos de forma pessoal a partir de pesquisas do cenário cultural e turístico capixaba.